Minha foto
Nascida em São Paulo, em 20 de janeiro de 1931, cursou Direito, Filosofia e Dramaturgia. Escreveu e produziu trabalhos para teatro e televisão, entre os quais Vila Sésamo, Malu Mulher e Joana. Publicou livros de poesia, prosa, teatro e ensaios. Foi professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo, além de ministrar cursos de dramaturgia no Brasil e no exterior. Desde 1988 faz parte do corpo docente da Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños, em Cuba. Coordenou e participou da Anthologie de la poésie brésilienne, publicada em Paris, em 1998, e que reuniu quatro séculos de literatura brasileira. No mesmo ano, integrou o júri do Prêmio "Casa de las Américas", em Cuba. Vive em São Paulo e às vezes em Atibaia.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

hoje, um dia feliz




HOJE, UM DIA FELIZ:


feliz porque hoje, dia 20 de novembro, às 20 hrs., no Teatro Sergio Cardoso, São Paulo, estreia um espetáculo teatral baseado na poesia de "Chocolate Amargo", meu livro publicado há alguns anos, e que Pedro Vieira, meu amigo, produtor, diretor, entusiasta do teatro, resolveu montar. Como será que vai ser, não sei. Espero tudo, e tudo com muita alegria; todos nós sabemos que, como disse Pedro Hertz num momento de estranha luminosidade,  "poesia não vende". Mas quem sabe Teatro chama?
E chama porque é chama ? (Ih, creio que extrapolei, me perdoem). Mas o importante é que estou feliz! E vos concito a ficar felizes, todos ! "Ficar" ou "ficarem" ? Socorro, Pasquale ! Outro beijo.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Retificando...ou melhor, completando

Retificando, ou melhor, completando...


...o meu poema "POESIA NÃO VENDE", fruto de um momento de pessimismo, aqui vai:


                                POESIA NÃO VENDE (2)


       É fácil rir
       fácil rolar na areia
       fácil menear o rabo
       para que os outros vejam

       fácil sempre esperar o fim do mês

       fácil ter dado a vida por engano?

       Escrever como sempre
       dia a dia
       rompendo o coração, rompendo o véu
      
       e não possuir nem mesmo
        ao fim de tudo
       algum futuro
       e um quiosque de pastel...

      ... no entanto sou feliz.
      Não queria ter feito nenhuma outra coisa.
      Não quero outra mulher
      senão a que nasceu da poesia.
      Não quero outra cidade
      que não seja imperfeita
      nem praias nem montanhas
      nem tamanhos
      os ganhos ,

     só ver ao fim de tudo
     o quiosque de pastel
     que dará de comer
     ao meu noia barbudo...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Poesia não vende




                                     
                                 POESIA NÃO VENDE


                                              (A todos os companheiros)


                       Éfácil rir
                       fácil rolar na areia
                       fácil menear o rabo
                       para que os outros vejam

                       fácil sempre esperar o fim do mês

                       Fácil ter dado a vida por engano?
 
                       Escrever como sempre
                       dia a dia
                       rompendo o coração   rompendo o véu

                       E não  possuir nem mesmo
                       ao fim de tudo
                       algum futuro
                       e um quiosque de pastel.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

e mais





                                 E MAIS :


estarei dando um curso de Dramaturgia para Teatro e TV, na Escola de Comunicações e Artes, a partir do dia 16, às quintas feiras, de 14 às 17 hrs.
GRATIS ! Inscrições : www.cca.eca.usp/curso/pallottini/inscricao . Apareçam !


                                E MAIS AINDA !

ACABA DE SAIR A 2a.EDIÇÃO DE " DRAMATURGIA DE TELEVISÃO"  pela Editora Perspectiva. Acheguem-se !

                                  Beijins, nos vemos. 

VOLTEI!



                                                  VOLTEI !

Pois é, pessoal, depois de todo esse tempo, voltei ! Com dois meses navegando rodeada de mil passageiros num barco espanhol, comendo e bebendo em espanhol , pensando sempre em português e sonhando com o que se pode escrever depois de uma travessia tão grande...

                          "... eles não sabem de nós
                           mas só nós sabemos deles..."

Isso é bom de pensar para quem supõe que os poetas não temos nenhuma importância. Pois temos !

                          " A vida  é dura !
                             diz o avô
                             botando as mãos na cintura.

                            É verdade...
                            (diz a avó)
                            mas, ao menos,
                            ela dura...           "

Ou, mais sério:


                           " Ataque para todos os lados
                             nunca se sabe
                             atire até onde a vista alcance

                            Recue se for necessário
                            porque mais vale a vida

                            Viver, de fato,
                            não está ficando mais dificil
                            Basta saber esgueirar-se
                            olhar para o chão esburacado
                            que pode provocar uma queda
                            e agir de acordo com os manuais.

                            E rezar para que o manual
                            fosse aquele mesmo...        "




segunda-feira, 5 de março de 2012

novos poetas em mim...


   
NOVOS POETAS EM MIM...

A mim não me importa se disserem que Fernando Pessoa já fez isso há tempos, e muito melhor...É claro e ele tinha mais é obrigação de fazê-lo, visto que é POETA E MEIO, quando a gente já faz uma força enorme para chegar a ser poeta... Mas o assunto é o seguinte: tem um cara que está invadindo a minha imaginação: ele se identifica como o sambista Benedito Ernesto. É um tipo mais para o simples, impulsivo, intuitivo e conservador-popular, quase um preconceituoso. Me mandou uns poeminhas (ele só escreve coisa pequena) e um deles eu até publiquei, dando a ele uma colher de chá... Lá vai:

" A vida era bem mais simples
    quando eu morava no morro:
    homem era homem
    mulher era mulher
    cachorro era cachorro."

                                                     Outro :

                                                                "O bispo pede a paga
                                                                e diz que Deus resolve...
                                                                Prá mim, Deus não entrou nessa jogada.
                                                                Meu Deus não tem revólver."
Ou :

"Eles invadem a mata.
  A miséria invade eles
  e mata. "

                                                       Por fim :

                                                        " O banho da saíra
                                                        me lava a alma.
                                                        Vem o bem-te-vi, reclama
                                                        seu espaço de macho.
                                                       Quieto, eu saio de baixo... "

                          Benedito Ernesto é um folgado. E eu também, que viajo dia 14 para os mundos, e só volto daqui a dois meses. Até lá, divirtam-se e comportem-se ! Beijos, Renata
                                                        
             

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O BRADO RETUMBANTE

O que vale é que a TV ainda me surpreende; aparte os BBBs e outras lixeiras, encontramos de repente um trabalho respeitável como esse de Euclides Marinho e seus colaboradores : roteiristas auxiliares, diretores, técnicos, atores - todos impecáveis. Euclides teve a coragem de escolher um tema espinhoso, dificil e delicado. Enfrentou-o comno se deve, lança um ator sugestivo (Domingos Montagner), vale-se de outros pouco conhecidos, entre veteranos respeitáveis e, principalmente, escreve um texto que nos anima a  suportar o horário incômodo. Fala do que seria a vida política do Brasil se fosse liderada por um grupo de seres humanos e de brasileiros que se respeitassem com  um mínimo de dignidade e honradez. No que tange à criação dramática, não cai na armadilha fácil de criar um protagonista que fosse um anjo ; o personagem Paulo Ventura é intimamente conflituado, tem defeitos graves e fraquezas naturais. Trapaças e  falcatruas são deslindadas, num esforço didático de por o espectador a par dos subterrâneos dos nossos vaticanos. Parabéns aos realizadores e um  desejo enfático de que iniciativas do gênero voltem a aparecer na nossa televisão. E - por que não ? - parabéns também  à TV Globo, que não amorteceu nem adoçou essa produção.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Voltei! Um mês em Atibaia, tempo e espaço de passarinhos, árvores com frutas, plantas com flores, gente mais pausada, mais disponível... Meus bichos, minha matilha, Mostarda e Canela , e  o pedaço de jardim onde estão os mais saudosos, Tristão e Nora.  Mas o lindo mês de férias se foi e, agora,  volto com prazer à minha cidade, minha desde a Maternidade São Paulo, na Frei Caneca, hoje fechada e perdida...Volto com prazer ao convívio de amigos e desconhecidos, do guarda na porta do Banco , que eu saúdo e me cumprimenta, dos vendedores das lojas que por alguma razão me reconhecem, dos vizinhos cálidos. Volto e me disponho a ver , na TV, a história da vida de minha querida Dercy Gonçalves, que eu tive a honra de conhecer pessoalmente.                   Tá bom, época e tudo o mais. Providenciam-se alguns carros velhos, algumas senhoras com cara de antigas, música do tempo. Tá bom, Heloisa Perissé é boa, Fafy também. Pena Fernando Eiras, meio perdidão, pena que eu, decididamente, não goste do Jorge Fernando como diretor de ator. Mas... por que será que M. Adelaide, minha amiga e dona de um talento único, não se permite aprofundar o que devia ser aprofundado ? Por exemplo, esse improvável casamento branco? Não seria dificil descobrir uma  convincente verdade ou, pelo menos, lançar algumas hipóteses.  Será que a  verdade verdadeira não é, simplesmente, achar que telespectador não quer ou não merece nenhum tipo de profundidade? Que o nosso televidente se contenta com o superficial, o espetacular ou o simplesmente risível, aquilo que mais lhe dão? Basta que se passe em revista, por exemplo, os filmes que são programados nas noites de segunda-feira, pela TV Globo. Ou, nas férias do futebol, nas noites de quarta. Que é aquilo, cavalheiros ?                                Mas, voltando a Dercy, vou continuar vendo. E me comoveu pensar que, há oitenta anos, um médico recomendou a um doente dos pulmões tratamento em... ATIBAIA! A melhor qualidade de ar do mundo! (Pelo menos é o que dizem os nossos cartazes turísticos...) Tchau !