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Nascida em São Paulo, em 20 de janeiro de 1931, cursou Direito, Filosofia e Dramaturgia. Escreveu e produziu trabalhos para teatro e televisão, entre os quais Vila Sésamo, Malu Mulher e Joana. Publicou livros de poesia, prosa, teatro e ensaios. Foi professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo, além de ministrar cursos de dramaturgia no Brasil e no exterior. Desde 1988 faz parte do corpo docente da Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños, em Cuba. Coordenou e participou da Anthologie de la poésie brésilienne, publicada em Paris, em 1998, e que reuniu quatro séculos de literatura brasileira. No mesmo ano, integrou o júri do Prêmio "Casa de las Américas", em Cuba. Vive em São Paulo e às vezes em Atibaia.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Anarquismo pessoal e muitas regras

Anarquismo pessoal e o respeito às  regras...

Há muito tempo já que me descobri anarquista/pacifista; ou seja, uma participante da ideologia da liberdade pessoal,  do humano acima de tudo, do repúdio à agressão, do internacionalismo, do amor e do desamor livres e, por consequência, da aceitação só de um mínimo de regras indispensáveis ao convívio fraterno entre pessoas.
Sei bem que não se pode viver em conjunto sem esse mínimo: respeito à vida do  semelhante (e até do diferente - aí incluídos animais ) , respeito à propriedade alheia , sem idolatria à propriedade em si, respeito ao amor e, finalmente, respeito formalizado pelos próprios seres humanos em regras comezinhas de bem-viver - o sinal fechado, o lugar na fila, o lixo no cesto.
Vivo em uma cidade grande, muito grande até; tenho para meu uso um automóvel e sigo as leis de trânsito; sem elas seria difícil transitar  em São Paulo, virar uma esquina, atravessar a rua.
Existem , no entanto, nesse conjunto de normas estabelecidas para se transitar na cidade, algumas que não me convencem: a principal delas, entre as mais não-convincentes é a que nos  obriga ao uso de cinto-de-segurança .
O uso do cinto me protege, a mim . Ele evita , teoricamente, que eu seja lançada contra o para-brisas em caso de colisão, e seja ferida ou morta. Seja eu ferida ou morta, ou salva pelo cinto, isso não irá interferir , creio eu, na sorte de ninguém mais. Claro, um ferimento ou morte em trânsito desencadeia um procedimento de socorro, com polícia, ambulâncias, pessoal. Tempo, dinheiro, congestionamento. É isso? Se eu não cuidar de mim mesma estarei desencadeando um processo que custa dinheiro ao Estado ?
Então é isso? E em vista disso, devo eu ser multada , ou seja, pagar em dinheiro meu, fruto do meu trabalho para que o Estado não gaste o seu dinheiro (que, aliás, acaba por ser meu também ?).
Fui multada, nos últimos dias, por duas vezes, por ter esquecido de usar o cinto. Errei? Segundo as regras vigentes, sim. Segundo o meu próprio raciocínio , esta  é uma das leis inócuas, feitas para  recolher mais dinheiro aos chamados cofres públicos.
Será que eu tenho razão?
Me ajudem, sim? Digam alguma coisa a esta anarquista e rebelde.
Espero.