Renata Pallottini
- Renata Pallottini
- Nascida em São Paulo, em 20 de janeiro de 1931, cursou Direito, Filosofia e Dramaturgia. Escreveu e produziu trabalhos para teatro e televisão, entre os quais Vila Sésamo, Malu Mulher e Joana. Publicou livros de poesia, prosa, teatro e ensaios. Foi professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo, além de ministrar cursos de dramaturgia no Brasil e no exterior. Desde 1988 faz parte do corpo docente da Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños, em Cuba. Coordenou e participou da Anthologie de la poésie brésilienne, publicada em Paris, em 1998, e que reuniu quatro séculos de literatura brasileira. No mesmo ano, integrou o júri do Prêmio "Casa de las Américas", em Cuba. Vive em São Paulo e às vezes em Atibaia.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
AVISO AOS NAVEGANTES
Oi, pessoal ! Aviso aos meus milhares de seguidores que, no próximo dia 3 de dezembro, às 18,30 , estarei fazendo uma palestra, no Centro de Cultura Social , r. Gal. Jardim 253, s/22 , sobre
" ANARQUISMO E FAMILIA ' .
Ainda que se pense que a Teoria filosófica do Anarquismo aponta apenas para a desordem e a violência, quero falar sobre a linha política que prega a união, a liberdade, a amizade , o não ao racismo, à intolerância e às guerras. Venham ! Um abraço, Renata
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
MUlheres
MULHERES
Mulheres choram no carro
cada uma por seu lado.
Cada uma por seu morto
mesmas lágrimas.
Pedem a Deus esperança
inda que mal preparadas.
Deus é igual ao Infinito.
Ninguém nunca vai saber.
Ele não vem quando quer.
(Digo: quando nós queremos...)
Mulheres choram no carro
cada uma por seu lado.
Cada uma por seu morto
mesmas lágrimas.
Pedem a Deus esperança
inda que mal preparadas.
Deus é igual ao Infinito.
Ninguém nunca vai saber.
Ele não vem quando quer.
(Digo: quando nós queremos...)
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Amigos, meu amigos !
Não posso deixar de comparar Facebook e Blog. Nada de isto ser melhor do que aquilo, que sei eu sobre melhores e piores? São coisas muito diferentes. Agora, por exemplo, estou escrevendo, sozinha. Sozinha em qualquer sentido, porque não me imagino sendo vista enquanto escrevo. Vista à revelia, quer dizer, sem saber nem convidar? Sim, mas quero dizer que escrever no Facebook já é "estar convidando". E não aqui ? Aqui talvez seja desejar ser lida "depois de". Agora, o ato de escrever é solitário, e até quero que seja.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
POESIA
AS PESSOAS
As pessoas estão imóveis
ao redor.
Não sei por que
todas essas coisas.
Flores e o por do sol
como se nada.
Como se as crianças
não estivessem sangrando.
Como se eu
não estivesse sangrando.
As pessoas estão imóveis
ao redor.
Não sei por que
todas essas coisas.
Flores e o por do sol
como se nada.
Como se as crianças
não estivessem sangrando.
Como se eu
não estivesse sangrando.
POESIA - NOVA
MENSAGENS
Aos evangélicos:
"você não é modelo"
aos católicos:
"sentir não é pecado"
aos espíritas :
"não, a gente não volta"
aos descrentes:
"Sim, Ele existe.
É igual ao infinito.
Mas não é bom
nem justo.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
desculpem, mas...
desculpem, mas ...
...é difícil fugir ao sentimento... será isso inveja, despeito... ou simplesmente uma superavaliação do meu próprio lugar no mundo... qual será o meu lugar no mundo da Literatura, haverá um lugar para mim nesse mundo? Tenho 82 anos, mais de vinte livros publicados, vários bons prêmios recebidos , muitas e várias críticas elogiosas...quais serão os livros escolhidos para figurar nas gôndolas de livrarias, quais serão os originais escolhidos para publicação pela editoras, quais serão os critérios para a seleção entre 70 escritores convidados para a Feira de Frankfurt? Volto a perguntar: será isso inveja, despeito? Por quem são escolhidos os escritores que figuram nas primeiras páginas dos jornais diários ? Quem lê os chamados "best sellers"? O que é um best seller? Como se faz um best seller?
Tenho também vergonha de estar escrevendo estas palavras, mais dignas de um consultório de terapeuta do que de um blog. Mas o blog é meu, possivelmente, ou com certeza, um dos poucos espaços que posso considerar meu.
Seguramente ,muitos poetas, jovens ou nem tanto, sentem o mesmo que eu mas não o confessam, por pudor, por medo de serem menosprezados. O bom cabrito não berra, dizem. Mas, se berrar, penso eu, morrerá da mesma maneira. Só que morrerá protestando. É isso. PROTESTANDO. É o mínimo que se pode fazer.
...é difícil fugir ao sentimento... será isso inveja, despeito... ou simplesmente uma superavaliação do meu próprio lugar no mundo... qual será o meu lugar no mundo da Literatura, haverá um lugar para mim nesse mundo? Tenho 82 anos, mais de vinte livros publicados, vários bons prêmios recebidos , muitas e várias críticas elogiosas...quais serão os livros escolhidos para figurar nas gôndolas de livrarias, quais serão os originais escolhidos para publicação pela editoras, quais serão os critérios para a seleção entre 70 escritores convidados para a Feira de Frankfurt? Volto a perguntar: será isso inveja, despeito? Por quem são escolhidos os escritores que figuram nas primeiras páginas dos jornais diários ? Quem lê os chamados "best sellers"? O que é um best seller? Como se faz um best seller?
Tenho também vergonha de estar escrevendo estas palavras, mais dignas de um consultório de terapeuta do que de um blog. Mas o blog é meu, possivelmente, ou com certeza, um dos poucos espaços que posso considerar meu.
Seguramente ,muitos poetas, jovens ou nem tanto, sentem o mesmo que eu mas não o confessam, por pudor, por medo de serem menosprezados. O bom cabrito não berra, dizem. Mas, se berrar, penso eu, morrerá da mesma maneira. Só que morrerá protestando. É isso. PROTESTANDO. É o mínimo que se pode fazer.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
POSSE
Bem, pessoal, apesar da minha já conhecida modéstia (snif, snif), quero comunicar a todos que amanhã, dia 26, às l8,30 , estarei sendo empossada (palavra feia, mas não posso substituí-la) , na Academia Paulista de Letras, recebida por meu amigo José Renato Nalini, mais conhecido como Xará e pelos demais confrades e companheiras (ah, ah, dei um jeito no "confreiras!"). A cerimônia será na sede da Academia, Largo do Arouche no. 312. Apareçam ! O discurso de posse será curto, prometo. Um abraço, da Renata
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
DE LUTO
"PENA AJENA"
Esta manhã , dia 20 , fui tocada no cerne da emoção, pela foto enlutada de cinco atrizes da TV Globo, especificamente Nathalia Timberg, Suzana Vieira, Rosamaria Murtinho, Carol Castro e Bárbara Paz a quem, creio, se deve a iniciativa, foto essa publicada no "Estadão" .
O motivo é, evidente, o infeliz voto de certo desembargador do STF, no processo conhecido como do "mensalão", pela aceitação de recurso apresentado por defensores o qual, na prática , adia novas discussões e decisões para o ano próximo.
Não me cabe discutir a justeza da interpretação legal. Mas sim, é claro, como cidadã, a justiça da mesma interpretação. São coisas diferentes. É evidente que o resultado condenatório já foi suficientemente exposto e julgado. Continuar adiando o desfecho é formalismo levado ao cubo, ou vontade de ser mais realista do que o rei...
Vi ontem, numa reunião de confrades, um homem feito, de barba na cara, chorar de vergonha ao comentar o assunto. Eu o consolei. Não chorei como ele, mas lamentei, igualmente. Nos países de língua espanhola, o que se sente nessas ocasiões é chamado de pena ajena , ou seja , vergonha pelo outro.
É o que estou sentindo neste momento.
Esta manhã , dia 20 , fui tocada no cerne da emoção, pela foto enlutada de cinco atrizes da TV Globo, especificamente Nathalia Timberg, Suzana Vieira, Rosamaria Murtinho, Carol Castro e Bárbara Paz a quem, creio, se deve a iniciativa, foto essa publicada no "Estadão" .
O motivo é, evidente, o infeliz voto de certo desembargador do STF, no processo conhecido como do "mensalão", pela aceitação de recurso apresentado por defensores o qual, na prática , adia novas discussões e decisões para o ano próximo.
Não me cabe discutir a justeza da interpretação legal. Mas sim, é claro, como cidadã, a justiça da mesma interpretação. São coisas diferentes. É evidente que o resultado condenatório já foi suficientemente exposto e julgado. Continuar adiando o desfecho é formalismo levado ao cubo, ou vontade de ser mais realista do que o rei...
Vi ontem, numa reunião de confrades, um homem feito, de barba na cara, chorar de vergonha ao comentar o assunto. Eu o consolei. Não chorei como ele, mas lamentei, igualmente. Nos países de língua espanhola, o que se sente nessas ocasiões é chamado de pena ajena , ou seja , vergonha pelo outro.
É o que estou sentindo neste momento.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
de novo a hidrofobia
De novo o tema e os mesmos personagens:
jovens querendo ser, mais um velho senhordotado de poder, dono mesmo de algemas
porta-voz da verdade privativa
senhor mesmo do Bem, qual divindade viva...
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ÉS LIVRE
Podes fumar em paz o teu cigarro
mas no meio da rua, como se fosses um carro
Podes ir a passear com o teu cão
desde que não assustes o pedestre bundão
Podes ser gay, travesti ou drag-queen
desde que te prepares para um mau fim
Podes beber tua cerveja, até
desde que voltes para casa a pé.
Podes enfim fazer o que bem desejares:
mas não fites as câmeras que te estão nos calcanhares...
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
De volta, mais uma vez !
De volta, mais uma vez !
Olá, pessoal ! Não vou repetir a mesma história do difícil trânsito do não- dizer até, finalmente, poder dizer ! Dessa história kafkiana sabem mais os peritos em eletrônica.
Estou aqui de novo, entre outras coisas para atender ao meu amigo Donizete Galvão, poeta de minha estima, que me pediu que dissesse alguma coisa mais sobre Cuba, agora, que o assunto está em moda. Não me faço de rogada para falar sobre Cuba; tenho grande carinho por aquela terra distante, agora que está chegando o tempo dos furacões (de setembro a dezembro, todo ano, já passei por um ) e que eu desejo àquele povo amigo sorte e saúde.
Pois é , e o assunto, agora, é saúde, quando, certos ou errados, estamos importando médicos de outras terras para dar um jeitinho aqui, na nossa.
Olá, pessoal ! Não vou repetir a mesma história do difícil trânsito do não- dizer até, finalmente, poder dizer ! Dessa história kafkiana sabem mais os peritos em eletrônica.
Estou aqui de novo, entre outras coisas para atender ao meu amigo Donizete Galvão, poeta de minha estima, que me pediu que dissesse alguma coisa mais sobre Cuba, agora, que o assunto está em moda. Não me faço de rogada para falar sobre Cuba; tenho grande carinho por aquela terra distante, agora que está chegando o tempo dos furacões (de setembro a dezembro, todo ano, já passei por um ) e que eu desejo àquele povo amigo sorte e saúde.
Pois é , e o assunto, agora, é saúde, quando, certos ou errados, estamos importando médicos de outras terras para dar um jeitinho aqui, na nossa.
Não posso opinar sobre a ciência dos médicos cubanos; posso, isso sim, falar de suas características pessoais : dedicação, espírito de fraternidade, nenhuma vontade de ser superiores ou de fazer brilhar a sua importância. Tive de ser atendida por vários médicos em minhas muitas viagens , em minhas às vezes longas estadas. NUNCA nenhum médico cubano me atendeu sentado atrás de uma mesa, muito menos mais alta. Em geral não os chamamos de "doutor" e eles logo nos chamam de "compañera". Tá bom, esse é um modo de designar que se impôs na Revolução, mas vamos combinar que é agradável e carinhoso.
Um caso , que aconteceu comigo: como sempre acaba por suceder, eu recolhi um filhote, cãozinho de meses, num canto qualquer da Escola de Cinema onde dava aulas; seu nome era Polifemo, mas logo passamos a chamá-lo de Poli. A Escola inteira o conhecia e protegia. Os meses se passaram, o nosso médico , Máximo , entre uma gripe e um parto ia cuidando de alunos e professores. Uma noite, já pela meia-noite, Poli começou a chorar agudo, depois a gritar alto. Entrei em pânico, pedi conselho aos vizinhos, resolvemos telefonar para o apartamento de Máximo. Meia noite ! Ele era médico e não veterinário ! Me pediu que levasse o cachorro ao seu apê, onde me atendeu de pijama. Olhou bem para Poli, virou-o de todo jeito, fez que ele tomasse um comprimido contra dor, depois veio o diagnóstico, isso lá pela uma da manhã: o filhote estava com dificuldade para fazer descer os seus testiculinhos, já na hora de se recolocarem e sem poder fazê-lo. Fez algumas massagens e me devolveu um cachorrinho mais calmo.
Dei um beijo fraternal no Máximo e, no dia seguinte, levei o bicho a um veterinário de verdade.
Sim, eu sei: eu era estrangeira, professora e sua amiga. Mas será esse um procedimento que qualquer médico de outras terras se daria ao trabalho de incorporar?
Creio que os médicos cubanos podem ajudar em casos mais simples, que, afinal, me parece que são a maioria por estes brasís. Claro que vão entender-nos, somos latinos todos. Claro que querem muito ajudar. A maneira como irão receber o pagamento não é nosso problema, uma vez que aceitaram o contratado. O contratado implica, sim, em aceitar o sistema político no qual estão inseridos. Esse é um assunto delicado. Mas sempre me pareceu (estarei errada? Pode ser...) que devíamos deixar que os povos arrumassem sua casa da maneira que lhes parecesse, a eles, melhor.
Continuo pensando assim. Por favor, me digam o que acham, tá?
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