HÉCUBA- TEATRO VIVO
Gabriel Villela de novo se arrisca em equilibrismo, sem rede de proteção. Uma tragédia grega não é fácil em nenhum aspecto, e ele aceita o desafio. Conta com um belo grupo de técnicos e artistas que o auxiliam na difícil tarefa de conceber e executar máscaras, cenário, figurinos, adereços, luzes e, principalmente, música e cantores. Por último, e não menos importante, com uma esplêndida atriz, Walderez de Barros , para o papel título.
O resultado é um espetáculo de grande beleza, cheio de técnica e de demonstrações de habilidade em movimentos, sons, cenografia. Mas lhe falta sensibilidade, emoção, sentido. A tragédia não transparece, e uma tragédia é uma tragédia, e as gregas são as únicas que merecem esse nome. Não empatizamos com a grande sacrificada, a Rainha que se torna escrava e, por isso, não existe a catarse, a grande descarga emocional que nos purifica e pacifica.
Gabriel Villela é um dos maiores diretores brasileiros; não nega fogo, não foge ao perigo. Só por isso devemos respeitá-lo e apostar nele.
- Renata Pallottini
- Nascida em São Paulo, em 20 de janeiro de 1931, cursou Direito, Filosofia e Dramaturgia. Escreveu e produziu trabalhos para teatro e televisão, entre os quais Vila Sésamo, Malu Mulher e Joana. Publicou livros de poesia, prosa, teatro e ensaios. Foi professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo, além de ministrar cursos de dramaturgia no Brasil e no exterior. Desde 1988 faz parte do corpo docente da Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños, em Cuba. Coordenou e participou da Anthologie de la poésie brésilienne, publicada em Paris, em 1998, e que reuniu quatro séculos de literatura brasileira. No mesmo ano, integrou o júri do Prêmio "Casa de las Américas", em Cuba. Vive em São Paulo e às vezes em Atibaia.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Carlos Machado e ALGUMA POESIA
Finalmente, e em boa hora, Carlos Machado volta a editar seu "AlGUMA POESIA", publicação com a qual encantou, esclareceu, iluminou um punhado de amantes da Poesia, com reprodução da obra de famosos e iniciantes na Arte ; e mais, dá-nos sempre informações, esclarecimentos, ilustração do que é a sua matéria principal. Na sua volta, encarece a beleza de Rubem Braga, o mais poeta dos nossos cronistas e de Drummond que, graças aos céus, todos nós conhecemos. Aleluia, Carlos ! Fique sempre perto de nós !
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Poesia e eu
SONETO DE ONTEM
(Ao Domingos Carvalho da Silva)
Antes, quando acordei, sob as parreiras
bicavam grãos perdidos os pardais.
Nas varandas havia trepadeiras
cadeiras, buganvílias e varais.
Antes, quando era ontem, derradeiras,
todas as casas eram coloniais,
todas as noivas eram verdadeiras
e se despetalavam nos quintais.
Ontem, antes de o ser, fomos felizes.
Nas cozinhas, o extenso dos fogões
aquecia no peito os corações.
Das cores o importante eram matizes.
Nada se tinha dito do futuro
que não havia sido, claro muro.
(Do livro "Um Calafrio diário" , ed. Perspectiva)
(Ao Domingos Carvalho da Silva)
Antes, quando acordei, sob as parreiras
bicavam grãos perdidos os pardais.
Nas varandas havia trepadeiras
cadeiras, buganvílias e varais.
Antes, quando era ontem, derradeiras,
todas as casas eram coloniais,
todas as noivas eram verdadeiras
e se despetalavam nos quintais.
Ontem, antes de o ser, fomos felizes.
Nas cozinhas, o extenso dos fogões
aquecia no peito os corações.
Das cores o importante eram matizes.
Nada se tinha dito do futuro
que não havia sido, claro muro.
(Do livro "Um Calafrio diário" , ed. Perspectiva)
POESIA, PRÁ NÃO PERDER O HÁBITO
DRAMA
É quando o amor
- pura chama
vira telegrama .
HERRAR
É
UMANO
AUTO-RETRATO
Até que enfim
não dei em nada
dei em mim.
Rubens Jardim
(do livro CANTARES DA PAIXÃO - ed. Paubrasil )
É quando o amor
- pura chama
vira telegrama .
HERRAR
É
UMANO
AUTO-RETRATO
Até que enfim
não dei em nada
dei em mim.
Rubens Jardim
(do livro CANTARES DA PAIXÃO - ed. Paubrasil )
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