O fotógrafo me pede que sorria.
O fotógrafo não sabe nada de mim.
O fotógrafo não sabe nada das coisas.
Ele clica, digamos,
me olha (sem me ver)
digamos
e me obriga a mentir em imagem
a mentir em silêncio
a mentir publicamente.
Enquanto isso o sabiá lá fora
cuida do ninho e de sua esposa amada.
Eu
perdi toda ilusão
de ser um sabiá.
- Renata Pallottini
- Nascida em São Paulo, em 20 de janeiro de 1931, cursou Direito, Filosofia e Dramaturgia. Escreveu e produziu trabalhos para teatro e televisão, entre os quais Vila Sésamo, Malu Mulher e Joana. Publicou livros de poesia, prosa, teatro e ensaios. Foi professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo, além de ministrar cursos de dramaturgia no Brasil e no exterior. Desde 1988 faz parte do corpo docente da Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños, em Cuba. Coordenou e participou da Anthologie de la poésie brésilienne, publicada em Paris, em 1998, e que reuniu quatro séculos de literatura brasileira. No mesmo ano, integrou o júri do Prêmio "Casa de las Américas", em Cuba. Vive em São Paulo e às vezes em Atibaia.
Renata,amei este poema. Tomei a liberdade de compartilhá-lo no facebook.
ResponderExcluirFico feliz com a inauguração do seu blog.
Abraço libertário!
Querida Renata:
ResponderExcluirAcabo de visitar seu blog e gostei muito. Impressionante a lista dos livros que escreveu. Aliás, há coisa de uns seis meses comprei sua Obra Poética e li com imenso prazer.
Aliás, outra vez, impressiona-me também como sua obra e sua pessoa aão intercambiáveis: na delicadeza, na inteligência e na generosidade.
Breve tomaremos um vinho em São Paulo.
Abraço muito carinhoso,
Gilberto Nable